sábado, 10 de setembro de 2011

Resident Evil CODE: Veronica

É o quarto jogo -- dentro da cronologia principal -- da série Resident Evil. Originalmente, lançado com exclusividade para o Dreamcast, em 2000, teve uma versão melhorada intitulada Resident Evil CODE: Veronica X para Dreamcast (somente no Japão) e PlayStation 2, em 2001. Dois anos depois, o jogo foi lançado para oGameCube. O game é dividido em duas partes, a primeira o jogador controla Claire Redfield, onde o principal objetivo é escapar da ilha infestada pelo T-Virus; a segunda é assumida por Chris Redfield, que deve encontrar sua irmã perdida.




A Chegada à Rockford Island

A história começa três meses após Resident Evil 2 e Resident Evil 3: Nemesis. Claire Redfield é presa ao invadir a sede da Umbrella Corporation, em Paris, após uma frustrante busca por documentos que a ajudassem a encontrar seu irmão. Após a prisão, ela é levada à Ilha Rockfort (América do Sul), pertencente à Umbrella. Poucas horas após chegar à ilha, Claire escuta diversas explosões e fica isolada em sua cela, sem energia elétrica. Rodrigo Juan Raval, mesmo homem que a capturou, aparece minutos depois e a liberta. Rodrigo justifica o estranho ato com a alegação de que o lugar está destruído e Claire, mesmo sem ele acreditar, precisa ter a chance de tentar escapar. Livre, a jovem inicia sua fuga.
Pouco tempo depois, ela vê o estado de destruição que se assolou por Rockfort, e encontra os funcionários da Umbrella transformados em zumbis (mutação causada pelo T-Vírus). Mais tarde, ela encontra Steve Burnside, outro prisioneiro cuja família foi vítima da Corporação e que também deseja fugir de Rockfort.

T-Veronica

Enquanto vaga pela ilha, Claire encontra Alfred Ashford, herdeiro de uma das famílias fundadoras da Umbrella. Esse se auto-declara dono de Rockfort e culpa a jovem pela destruição do local. Não demora muito para Claire perceber que Alfred sofre de problemas psicológicos, devido a maneira caricatural de se vestir e à fixação que possui por sua irmã gêmea, Alexia Ashford. Até esse momento, Claire e Steve pensam que Alexia está morta. Após esse evento e outras investigações, descobre-se mais um pouco sobre a história da herdeira: desde pequena, Alexia encantava por sua beleza e inteligência. Tanta inteligência a levou a trabalhar ainda criança para a empresa; o que, aos poucos, transformou-a num verdadeiro prodígio da genética. Tanta perfeição, porém, escondia um lado podre: Alexia e Alfred sofriam de sérios problemas emocionais. Não tiveram o carinho materno (pela falta de uma mãe); receberam uma atenção paterna muito questionável; sempre foram solitários e preparados para a vida adulta desde criança. Somados ao fato de serem herdeiros de uma poderosa família e de terem recebido uma educação muito materialista e fútil, as crianças desenvolveram uma personalidade extremamente egocêntrica e problemática.
Alexia foi um caso mais especial, pois o seu sucesso precoce fez surgir nela um incrível senso de superioridade, chegando ao ponto de ela pensar que era melhor que todo o resto da humanidade. Por isso, possuía a idéia mirabolante de criar um novo ecossistema, no qual seria a criatura dominante. Como exemplo disso, ela falava apaixonadamente dos insetos e do perfeito equilíbrio existente entre eles e a Natureza. Alexia, além disso, era fascinada pelas libélulas e formigas (essa última devido à supremacia e dependência que a rainha criava na sua sociedade, algo muito semelhante ao desejo máximo da jovem).
Naquela época (década de 80) a Umbrella já tinha conhecimento das propriedades mutantes do Vírus Mãe (Mother Vírus), o progenitor do T-Vírus; e Alexia acreditava poder usar esse grande poder para mudar sua forma e alcançar a tão sonhada perfeição. Então, começou a realizar pesquisas constantes com o vírus em conjunto do DNA de espécies de formigas e libélulas. Essa pesquisa deu origem a uma ramificação muito mais poderosa que o vírus original, a qual Alexia batizou T-Veronica. O nome possui um significado simbólico: os irmãos são, na verdade, frutos de uma pesquisa de Alexander que visava o domínio da inteligência artificial. Ele passava por uma grave crise de influência na Umbrella devido a projetos sem resultados satisfatórios -- agravados pela morte de seu pai (um grande cientista) durante um importante projeto. Isso fez os Ashford ficarem para trás na corrida de pesquisa que envolvia a corporação, a cada dia mais sob o controle dos Spencer (família que fundou a Umbrella em conjunto dos Ashford). Isso caiu como uma bomba para um homem que cresceu ouvindo as histórias de superação e brilhantismo de sua família, em especial a da matriarca, Verônica Ashford. Portanto, para evitar a derrocada, Alexander ordenou a construção de um centro de pesquisas num local remoto e protegido, e iniciou um projeto que devolvesse a glória e a honra de sua família, agora degradados. O local escolhido foi a Antártica e o nome do projeto, Veronica, em referência a mais brilhante membro da família.
Durante suas pesquisas, ele isolou o gene responsável pela inteligência. Depois, retirou o DNA do corpo mumificado de Veronica (da mansão da família, na Europa) e de seu próprio para fecundar o óvulo de uma mãe de aluguel. Passou, depois, a manipular o gene da inteligência durante o processo de fecundação. Com isso, Alexander almejava a reencarnação da brilhante matriarca. Esperava que da pesquisa nascesse um feto; mas o resultado, para sua surpresa, foram gêmeos: Alfred e Alexia. Testes realizados posteriormente concluíram que o menino era mais inteligente que a média das pessoas, mas não o suficiente para ser chamado de gênio. Já a menina...
Só que os irmãos descobriram tudo, após Alfred revirar as anotações do pai, e o que já não era exatamente uma relação saudável entre pai e filhos transformou-se num ódio mortal. Não eram frutos de amor e sim objetos que consertariam os erros do pai. Isso representou o agravamento dos problemas psicológicos dos irmãos, que, ainda crianças, encontraram o amor apenas entre eles e ficaram paranóicos com a idéia de restaurar o nome da família.
Antes de testar o vírus em seu corpo, Alexia utilizou o pai como cobaia (sem que ele soubesse) e o resultado foi assustador: Alexander se tornou uma criatura horrenda, sem consciência e debilitada. Ao invés de matarem o pai e acabar com o seu sofrimento, os gêmeos o prenderam secretamente no porão da base. As pesquisas com o T-Veronica foram, então, reiniciadas; e Alexander Ashford foi dado como desaparecido. Após mais algumas pesquisas, concluiu que o T-Veronica cria uma mutação brutal e rápida demais para o corpo humano suportar, quando usado em temperatura ambiente. A única forma de retardar a ação do vírus seria o usar à baixas temperaturas, pois o metabolismo viral seria retardado e daria tempo ao corpo humano para coexistir com o invasor. Para conseguir total imunidade, a cobaia deveria sofrer esse lento processo de mutação por 15 anos. A jovem, assim, isolou-se em coma induzido numa cápsula à baixa temperatura, no centro de pesquisas da Antártica; e, estranhamente, farão 15 anos que Alexia dorme no mesmo instante em que Rockfort é atacada. Outro fato curioso é que quem atacou a ilha tinha o objetivo de encontrá-la, antes que despertasse.

Alfred

Com o pai desaparecido e a irmã dada como morta após um acidente de trabalho (duas mentiras), Alfred se tornou o único herdeiro da família, com apenas 12 anos de idade. Ele foi morar em Rockfort para administrar a ilha e manter a influência nos negócios da Umbrella. Alfred jurou ser leal à Alexia até a morte -- por isso esperava seu retorno. Mas a falta da família e da amada irmã, aliada à enorme responsabilidade de se administrar um grande negócio como Rockfort, fizeram de Alfred um homem desequilibrado e frágil. Ele implantou rígidas regras de segurança e obediência na ilha, como uma ditadura. As informações eram tão escassas que muitos trabalhadores pensavam que Alexia estava viva, pois Alfred dizia que ela morava com ele no alto da ilha e não permitia que ninguém a incomodasse -- lógico que não passava de frutos de sua imaginação. O fato de se vestir como ela e aparecer na varanda de sua residência assim fazia muitos pensarem que ela realmente estava lá.
Após muitas descobertas e desencontros, Claire e Steve conseguem fugir da ilha num avião (antes que o local fosse detonado pelo sistema de autodestruição, acionado por Alfred), mas o herdeiro aciona o piloto automático do aviao de fuga e encaminha os dois para a base da Umbrella na Antártida. Essa também está infestada de criaturas mutantes em decorrência dos funcionários refugiados de Rockfort, que espalharam o vírus pelo complexo.

Vingança de Alexia

Durante a tentativa de fuga dessa outra base, Steve fere mortalmente Alfred com um tiro e Claire tem um confronto com Alexander (agora Nosferatu), que fugiu do isolamento ao ouvir o grito do filho. Após o confronto com a criatura, os dois saem finalmente da base; entretanto, enquanto fogem, Alfred revê a irmã (encubada a alguns quilômetros de distância) como um último desejo e se surpreende ao ver que essa desperta. Alfred morre segundos depois e Alexia, enfurecida com isso, ataca o veículo de Claire e Steve com um gigante tentáculo, capturando-os logo em seguida. A experiência de Alexia tinha dado certo: ela tinha total controle de sua mutação (podendo inclusive voltar à forma humana) e consciência.

Chegada de Chris Redfield

Ao mesmo tempo, Chris Redfield chega a Rockfort procurando a irmã, após receber um e-mail de Leon S. Kennedy, dizendo que Claire o estava procurando. Ele encontra Rodrigo logo na chegada, que lhe informa da fuga da jovem. Após essa conversa, Rodrigo, que já estava gravemente ferido, é atacado por uma criatura e morre. Outra pessoa também aparece: Albert Wesker. O vilão não morreu e agora trabalha para uma organização rival da Umbrella. Detalhe: Wesker fez uma experiência em seu próprio corpo que lhe deu habilidades sobre-humanas. Também foi ele que disseminou do T-Virus por Rockfort; seu objetivo era encontrar Alexia antes de seu despertar, pois a única amostra do T-Veronica está no corpo dela (Wesker desconhece que Alexander também foi infectado). Após um período de investigação pelo que restou da base, Chris consegue chegar à Antártida, usando um caça militar semelhante ao de Alfred. Quando chega na mansão dos Ashford, encontra Claire presa a uma espécie de casulo. Alexia aparece em seguida, dando sinais definitivos de completa loucura. Os dois temem por Steve e saem correndo atrás de Alexia, mas ela usa, mais uma vez, seu gigante tentáculo (que mais parece uma larva gigante) e destrói parte da escadaria do saguão, deixando Chris para trás. Ele pede a Claire que não se preocupe e corra para salvar Steve.
Claire reencontra seu parceiro inconsciente e preso a uma cadeira, quase que da mesma forma como Alexander ficava, com um enorme machado sobre seu corpo. Quando acorda, ele conta que Alexia lhe fez o mesmo experimento feito em Alexander. Segundos depois, Steve sofre os efeitos do T-Veronica quando usado à temperatura ambiente e torna-se uma criatura horrorosa, o que o faz perder a sanidade e partir para cima de Claire. Por pouco, a grade de contenção que selava a sala cai e salva Claire, no entanto ela é atacada e presa por Alexia. Steve quebra a grade com o machado, mas quando vai golpear Claire, se lembra dela e ataca Alexia, a qual reage com um golpe fatal e foge em seguida. Steve volta a forma humana e pede perdão à Claire por não ter conseguido cumprir a promessa de fugir com ela e, antes de morrer, diz que a ama.

A investida de Wesker

Após esse evento, Wesker finalmente encontra Alexia no saguão e fala de suas ambições em relação ao T-Veronica. Alexia nega se unir a ele e inicia o processo de mutação avançada do vírus, transformando-se numa bela criatura e iniciando uma luta com o ex-STARS. Chris assiste a tudo escondido, mas acaba revelado e obrigado a lutar quando Wesker foge. Alexia sai derrotada, mas continua viva.
Chris, então, volta a explorar a base e escuta o choro de sua irmã vindo de uma porta. Ele descobre que Steve está morto e Claire, presa pelo sistema de segurança. A única forma de desativá-lo é acionando o sistema de autodestruição da base que automaticamente destravará todas as entradas. Chris consegue acionar o sistema e tem 5 minutos para fugir da base. Quando ele encontra Claire, Alexia reaparece para um confronto definitivo. A única forma de derrotá-la é usando uma arma que acabe com sua reprodução celular, conhecida como anti-BOW (Anti-Biological Organic Weapon). Enquanto Alexia molda seu corpo, os dois irmãos acionam simultaneamente o carregamento de uma arma de segurança, a Linear Launcher, mas essa tempo para ser carregada. Chris diz para Claire ir na frente que ele cuidará de Alexia. Essa, ao receber um tiro — que salva a vida de Claire — sofre outra mutação que a transforma numa enorme criatura. Chris tem uma difícil batalha até Alexia se transformar na criatura que tanto sonhou: uma libélula. Nessa hora, a Linear Launcher é liberada e Chris consegue matá-la.
Quando se prepara para pegar o elevador de segurança, ele encontra Wesker fazendo Claire e se inicia uma perseguição. Os três se encontram em um porto subterrâneo, ao lado de um submarino — aparentemente o veículo de fuga de Wesker. Wesker liberta Claire e diz que poderá fazer pesquisas com o vírus presente no corpo de Steve (Claire fica furiosa). Wesker demonstra que não está sozinho ao dizer que o corpo do jovem já foi recolhido. Chris, então, pede para Claire fugir antes que a base exploda, pois ele tem contas pendentes com Wesker e não sabe se sobreviverá. Os dois iniciam uma luta em que Chris só consegue sair vivo porque libera uma corda, que solta diversas vigas de aço sobre Wesker; e uma explosão cria uma barreira de fogo entre os dois.
A explosão é um sinal de que a contagem regressiva está quase no zero, o que faz Chris sair em direção ao elevador de emergência e fugir com a irmã no caça. Claire pede para o irmão nunca mais deixá-la; ele pede desculpas e diz que agora é hora da Umbrella pagar por todos os seus crimes.

Resident Evil: The Darkside Chronicles

Em Resident Evil: The Darkside Chronicles (Wii, Capcom, 2009) houve mudanças na história de CODE: Veronica. O foco da trama do jogo, como o próprio nome sugere, é explorar o "lado negro" de alguns personagens — nesse caso, a família Ashford. A maior mudança pode ser percebida no sadismo dos irmãos, que estão muito mais neuróticos e insensíveis — fato que, inclusive, alterou uma das mortes do jogo. Além disso, como o jogo possui suporte para dois jogadores, o enredo foi totalmente adaptado à nova mecânica. Os eventos, desse modo, sempre ocorrem na presença de dois personagens — Claire e Steve ou Claire e Chris.
Diferentemente de Resident Evil: The Umbrella Chronicles, título que trouxe grandes novidades ao enredo da franquia; os eventos de TDC referentes a CV não acrescentam muito ao já conhecido. É importante frisar, também, que não se trata de um remake do jogo e sim de uma compilação dos seus principais eventos numa aventura de tiro em primeira pessoa.

Visão Geral

CODE: Veronica é o primeiro da série a utilizar princípios de fundo 3D, mas não existe controle sobre a câmera: os ângulos são pré-determinados, algo muito semelhante a Dino Crisis (Playstation, PC - 1999 - Capcom). A estrutura da jogabilidade permanece a mesma, trazendo algumas das novidades do 3º episódio - os barris explosivos e a rápida rotação de 180°. Essa versão recebeu elogios por trazer um sistema de câmeras mais dinâmico, onde fica mais fácil visualizar os inimigos. Entretanto, alguns ângulos mais atrapalham do que ajudam e a movimentação das personagens está mais robótica que a dos episódios para o Playstation!
Outro ponto que mais parece um retrocesso é as infames animações entre as portas e escadas. Elas foram ficando mais rápidas a cada novo episódio, mas em CODE: Veronica a velocidade delas se assemelha a do primeiro episódio, lançado em 1996, ou seja, são muito lentas.
Por fim, temos a utilização dos itens. Resident Evil sempre foi famosa pelos itens incomuns usados para se ter acesso à certas áreas, mas aqui as coisas estão mais bizarras do que nunca! Em diversas instalações modernas, o jogador deve usar itens rústicos para abrir portas e acionar plataformas. Pense em abrir uma porta eletrônica com um brasão, hipoteticamente falando. Embora seja uma característica da série, isso tirou muitas localidades do contexto. E os itens voltaram a ser tridimensionais, o que faz ser bastante importante o uso da opção "CHECK" do inventário, para que o jogador encontre segredos escondidos dentro de caixas e livros, por exemplo.
Avaliando a estrutura básica do jogo, ele é dividido em duas partes: Rockfort Island e Antarctica Base. Na primeira parte, o jogador tem o controle de Claire, enquanto na segunda o jogador controla Chris Redfield, sendo que Chris assume a posição de protagonista. Quando Chris aparece na aventura, ele tem acesso a todos os itens deixados pela irmã no famoso baú e vice-versa.
Mas, felizmente, algumas inovações também marcam presença. A melhor delas é a possibilidade de poder retornar ao jogo depois de morrer sem estar em um save point (mas isso só em momentos importantes, senão você volta a eles). Com isso, as partes mais difíceis do jogo deixam de ser um martírio, pois você só precisa andar algumas salas para tentar de novo cumprir o objetivo. Outra vantagem é a opção de se usar uma erva de cura quando não há espaço no inventário. Por fim, duas armas permitem que o jogador tenha uma visão em primeira pessoa, o que acrescenta uma nova estratégia (embora nem se compare a um FPS), mas essas armas só podem ser usadas contra chefes, em pontos específicos do jogo.






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